Publicado a 01/02/2019
Como Fotografar Anfíbios
Em Portugal existem 18 espécies nativas de anfíbios espalhadas por todo o território, algumas com cores vibrantes, outras com comportamentos curiosos. São, por isso, animais extraordinariamente interessantes. Ainda assim, são frequentemente vítimas de superstições sem sentido. A fotografia é uma excelente forma de contrariar essas ideias e mostrar a beleza destes animais e a sua importância para os ecossistemas.
Aqui ficam algumas dicas que o podem ajudar a fotografar anfíbios.


Quando e onde procurar? Para fotografar qualquer espécie de anfíbio é importante conhecer o seu padrão de atividade diário e anual. A atividade dos anfíbios está principalmente relacionada com a humidade relativa do ar, precipitação e temperatura, estando mais ativos em dias húmidos e com temperaturas amenas. A maioria das espécies podem ser observadas com maior facilidade durante o crepúsculo e a noite, no entanto, também podem ser observadas durante o dia, especialmente algumas espécies de hábitos mais aquáticos, como os tritões e as rãs.


Em Portugal, os anfíbios ocupam uma grande variedade de habitats, desde áreas agrícolas, a dunas costeiras, bosques e zonas montanhosas até aos 1960 m de altitude. No entanto, durante a época de reprodução e fase larvar, encontram-se restritos a locais que apresentem alguma humidade e com disponibilidade de água. Para ter sucesso a fotografar uma determinada espécie é importante estudar bem os seus hábitos, aumentando assim a probabilidade de a encontrar.
Dicas sobre técnica fotográfica que podem fazer a diferença
Muitas das técnicas para fotografar anfíbios são idênticas às técnicas já abordadas neste artigo, mas há alguns aspetos a acrescentar. Fotografar ao nível dos olhos dos animais funciona sempre bem e, geralmente, é a abordagem que eu opto quando fotografo vida selvagem.


No entanto, ao experimentar outros ângulos pode conseguir imagens diferentes do habitual, por exemplo, fotografar uma salamandra-lusitânica de cima, contrastando-a com as folhas recentemente caídas.


Outra questão importante é onde se deve focar, sendo a resposta muito simples: nos olhos. Esteja atento às cores de alguns anfíbios, estas características oferecem excelentes oportunidades para fazer close-ups. Os sapos, normalmente têm olhos coloridos, por isso, da próxima vez que vir um sapo esteja atento. Outra forma de conseguir fotografias interessantes destes animais, é incluir o habitat da espécie em causa, contextualizando a imagem e fornecendo mais informações sobre a sua biologia.


Devido aos hábitos maioritariamente noturnos dos anfíbios, o uso de flash pode ser importante. Nesses casos, evite fotografar com o flash montado na câmara e coloque-o antes ao lado, na direção do olhar do animal. Esta pequena alteração, juntamente com um difusor, permite que a luz pareça mais natural.


Cuidados a ter
Uma das premissas mais importantes a ter em conta na fotografia de natureza é, que o bem-estar dos animais é sempre mais importante do que qualquer fotografia. Os anfíbios requerem alguns cuidados, pois são suscetíveis de contrair doenças infeciosas extremamente agressivas, que têm destruído populações ou até mesmo espécies por todo o mundo. Uma das doenças mais conhecidas e perigosas é a quitridiomicose. Esta é facilmente transportada pelos seres humanos, portanto, a manipulação dos anfíbios deve ser evitada, principalmente por alguém com pouca experiência.


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